Wednesday, September 05, 2007

Toda pela metade

Defeito todo mundo tem, mas eu pareço ser um poço deles. É um tal de fazer merda que não acaba mais, sabe quando a gente ainda é adolescente e insiste em bater a cabeça contra a parede?
Pois, eu já passei da adolescência mais continuo insistindo. Eu tenho o dom do auto-boicote, quando começam a achar que eu melhorei eu vou lá e pum, "merdo" tudo outra vez, as vezes até acho que Marisa Monte e Nando Reis me conhecem super bem, pra fazer uma letra dessas...

"Eu admiro o que não presta
Eu escravizo quem eu gosto
Eu não entendo
Eu trago o lixo para dentro
Eu abro a porta para estranhos
Eu os cumprimento
Eu quero aquilo que não tenho
Eu tenho tanto a fazer
Eu faço tudo pela metade
Eu não percebo
Eu falo muito palavrão
Eu falo muito mal
Eu falo muito mesmo
Eu falo sem saber o que estou falando
Eu falo muito bem
Eu minto"

Tudo Pela Metade - Marisa Monte e Nando Reis

Tuesday, August 21, 2007

Bianca Blanca

É o seguinte, eu tenho uma gata de 3 anos chamada Frida (sim, por conta de frida kahlo), e minha vó, preconceituosa que é, cisma com a bichinha porque ela é "preta", ela não gosta de animais de cores escuras, diz que parece tudo a mesma coisa "não dá pra ver cabeça, não dá pra ver nada", então essa senhorinha de 87 anos vivia me pedindo pra arrumar uma gata branca pra ela. Eis que, um dia, conversando com uma amiga no msn vejo a fotinha do avatar dela, uma gata branca bebê que cabia na palma da mão, coisa mais rica. Brincando, falei que queria, e, adivinhem! A criatura me deu a gata. Me falou antes: "ó, mas tem uma coisa, ela tem o rabinho torto", tudo bem, sem preconceitos. Fui correndo, no dia 1 de julho buscar meu trocinho, logo que cheguei garrei e não larguei mais, no começo tudo bem, a gata parecia um bebê gato normal. Mas não é que a bicha é totalmente aloprada!!!!! Como diz minha vó, é torta, o que faz dela mais querida ainda. Tem um olho de cada cor, um castanho o outro azul, o rabo é quebrado no meio, a cabeça fica balançando que nem aqueles cachorrinhos que vendem no camelô pra colocar no carro, os "zoi" são esbugalhados e viviem olhando pra a gente, sem falar nos "pinotes" que ela dá, ah e ela é fantasma, surge do além no meio da casa. Melhor presente ever! Frida que me perdoe, também é filha querida, mas essa gata é um barato!

Wednesday, August 15, 2007

Sobre a influência dos ornitorrincos na minha vida

Mainha tem um diário, na verdade um livro, onde ela escreve minhas proezas desde o dia em que nasci. Folheando este caderninho - que tem a capa azul, daqueles cadernos de brochura que tem o espaço pra por o nome e série na capa – li uma parte que me fez pensar.

“Hoje a professora Tereza me chamou atenção para um comentário de Mbéni na sala de aula, disse que estava encantada com a criatividade e capacidade de argumentação dela. Disse-me que ao perguntar que bicho Mbéni mais gostava ela prontamente respondeu: “ornitorrinco”, a professora abismada com a pronuncia correta do nome por uma criança de 5 anos lhe perguntou porque e a sua resposta foi: “Porque ele é um monte de bicho em um só”. Lembrei então, que ela tem um livrinho que conta a história de um ornitorrinco e é o livro que ela mais gosta... “
(e o texto segue com coisas que não importam aqui nessa história)

Enfim, cheguei a conclusão que eu sempre fui diferente, afinal, que criança se apaixona por um ornitorrinco, o normal é achar que aquele bicho é feio que nem o cão, mas não, eu sou apaixonada até hoje, acho o animalzinho mais lindinho de todos. E talvez, justamente, por ele ser diferente, por ele “não saber que bicho que é” que goste tanto assim, eu me identifico sabe, essa coisa de não saber se é mamífero, ovíparo ou sei lá o que. É... o ornitorrinco é multifacetado, ele é várias coisas numa só, “um monte de bicho”, talvez seja isso, eu sou um monte de gente em uma só, talvez por isso essa confusão, mas isso já é esquizofrenia...

Tuesday, August 14, 2007

eu to voltando...

e o tempo de pensar na morte da bezerra tá acabando, em breve retorno ao curso de jornalismo e aí sim, com o gás todo, o nivel disso aqui vai melhorar...



ouvindo: Incubus - Drive
porque ouvir coisa que eu ouvia na adolescencia me faz bem :)

Monday, August 06, 2007

Da série: músicas de infância

Todo mundo tem em sua memória músicas que a sua mãe cantava na infância, eu tenho várias, umas até do arco da velha, mas uma, que não sai da minha cabeça é uma música que mainha cantava, não pra eu dormir, mas que me deixava assustadíssima, ela cantava porque achava graça, era uma música do tempo que ela era menina, “Coração Materno”, hoje não sei porque reaios me lembrei e fui perguntar: “como é mesmo mãe, aquela música do coração da mãe” e achei a letra, aqui está, letra altamente doentia. Mas eu gosto!

Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada, diga-me o que quer
Por ti vou matar, vou roubar, embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero, venero teus olhos, teu porte, teu ser
Mas diga, tua ordem espero, por ti não me importa matar ou morrer"
E ela disse ao campônio, a brincar:
"Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar de tua mãe inteiro o coração"
E a correr o campônio partiu, como um raio na estrada sumiu
Sua amada qual louca ficou, a chorar na estrada tombou
Chega à choupana o campônio
E encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônioTombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando da velha mãezinha o pobre coração
E volta à correr proclamando:
"Vitória, vitória, tens minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu, e na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
"Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou, vem buscar-me que ainda sou teu!"

Vicente Celestino – Coração Materno

Wednesday, August 01, 2007

“Eu tomo uma coca cola, ela pensa em casamento...”

Nunca fui uma garota “comum”, enquanto minhas amiguinhas brincavam de casinha eu preferia montar lego. Eu brincava de casinha claro, mas a minha casinha era da mulher moderna. Minhas barbies eram solteiras e independentes, criavam seus filhos sozinhas e trabalhavam fora, cheguei a ganhar a barbie noiva, mas ela ficou pouco tempo com o vestido, não lembro que fim o dito cujo levou, mas sei que o vestido, a tiara e todos os apetrechos sumiram, e ela virou mais uma barbie moderna, essa lembro até que ficou cheia de tatuagens e piercings – e olha que quando eu tinha meus 8 anos essa coisa não era moda – além do cabelo pintado de mertiolate, pra ficar vermelho, e curtinho estilo Joãozinho, e acho até que ela era lésbica, mas isso não vem ao caso.

Nunca fui de querer casar, criar uma família, ser dona de casa... cruzes, nunca na minha vidinha que me imaginei lavando cueca de marido. Enquanto minhas amigas falavam em casamento eu preferia tomar uma coca cola e curtir minha adolescência nerd feliz. Aí o tempo passou, arrumei uns namoricos aqui e ali, e apareceu, há mais ou menos 2 anos atrás, um orgrinho ruivo na minha vida e eis que eu me pego pensando em casar. Me peguei até olhando eletro doméstico

QUE, QUE FOI QUE, QUE FOI QUE, QUE HÁ? Mbéni Waré escolhendo o melhor liquidificador pra no dia que tiver a casinha dela com o maridinho chegando em casa do trabalho no fim do dia? Coisas que só o amor faz por você. Assumo que esses desejos de virar mulherzinha estão me assustando e muito, eu hein?! Medo, muito medo!

Tuesday, July 31, 2007

eu preciso sair daqui

Eu nunca gostei muito de morar em Salvador, nada contra as pessoas daqui não, não me entendam mal. Mas é que essa coisa de sol, calor, uiá Bahia não é pra mim não. Eu até acho bonita a cidade – claro que esquecendo as barracas-favelas na praia de piatã e a orla abandonada. Mas mentalizando só o mar a coisa fica linda. Mas é que, sabe como é, não dá pra mim não. Aqui é tudo planejado pra quem gosta do calor, do sol, da praia, da areia entre os dedos dando agonia, do salitre estragando o computador mais cedo, pra quem gosta de axé e de ir pra’s festas de camisa colorida.
Essa coisa do calor mesmo, quer ver que eu tenho razão: os engenheiros que projetaram os pontos de ônibus, coisa singela, acham que Salvador é quente e ensolarada nos 365 dias do ano, afinal aquilo ali entra água e vento por todos os lados, sem falar que nem sombra faz.
A pessoa entra no ônibus e tem que aturar batuque no fundo do buzú e sorrir, pq se fizer cara feia ou algum comentário: “cole minha tia, sorria, você está na Bahia”. Vem cá, quer dizer que o fato de ser baiana, soteropolitan implica em gostar de axé, pagode e batuque? Implica em não ter sequer um minuto de paz, de reflexão sem que ouça uns “ai delicia” por aí?
Pra mim já chega, já deu. Quero o caos aéreo, preciso sair daqui, enfrento até 3 dias de espera no aeroporto 2 de julho, mas eu preciso de férias de salvador.